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Espécie endêmica de Caranguejo-amarelo está no período de andada em Fernando de Noronha

Foto do escritor: ICMBio NoronhaICMBio Noronha

Fique atento às dicas e recomendações do ICMBio-Noronha


Foto: Bruna Roveri


Todos os anos, entre dezembro e abril, Fernando de Noronha vivencia um fenômeno natural conhecido popularmente como "a andada do caranguejo-amarelo". Durante o período chuvoso, essa espécie endêmica sai de suas tocas para a reprodução, atraindo a atenção de moradores e visitantes da ilha. Denominado cientificamente como Johngarthia lagostoma, o caranguejo-amarelo é uma espécie insular do Atlântico Sul e que ocorre apenas em quatro locais mundo: Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Trindade, no Brasil, e Ascensão, um ilha britânica.


Apesar de ser uma espécie terrestre quando adulta, a fase larval ocorre no ambiente marinho. O processo reprodutivo é um evento que exige que os caranguejos migrem da terra para o mar. O pesquisador Anders Schmidt, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), explica que, durante esse período, os caranguejos se afastam muito das suas tocas para o acasalamento e para a liberação de larvas. "As fêmeas descem até o mar para soltar as larvas, que podem chegar a mais de 100 mil por indivíduo", disse.


Esse comportamento ocorre principalmente à noite, já que o caranguejo-amarelo tem hábitos noturnos. A migração até o mar é essencial para a continuidade da espécie, mas também acende um alerta para o risco de extinção devido a fatores como a captura ilegal, atropelamentos e perda e alteração de habitat.


O período de andada dos caranguejos-amarelos é o mais delicado do ciclo de vida dessa espécie. "Esse é o momento mais importante do ciclo da vida do caranguejo e também o mais perigoso", destaca o pesquisador Anders Schmidt.


Ele alerta para o aumento da mortalidade, especialmente devido ao impacto da captura ilegal e aos atropelamentos nas ruas de Fernando de Noronha. "parte da população de caranguejos tem suas tocas separadas do mar por estradas, ruas e residências, de modo que, ao cruzarem esses ambientes humanos, os caranguejos migrantes ficam muito vulneráveis à captura e atropelamentos", reforçou.


Foto: Elson Júnior


Com o objetivo de reduzir os riscos à sobrevivência dessa espécie e manter o equilíbrio ecológico da ilha, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de Fernando de Noronha preparou uma série de recomendações para a comunidade e os visitantes:


Se o Caranguejo-amarelo entrar na sua casa, remova-o com cuidado;

Reduza a velocidade dos veículos;

Não atrapalhe o percurso deles.


Vale reforçar que a pesca do caranguejo-amarelo é proibida em Fernando de Noronha. A equipe da Área Temática de Proteção do ICMBio de Fernando de Noronha está reforçando a fiscalização para coibir a prática ilegal. A multa para quem for flagrado coletando o animal é de R$ 5.000 (cinco mil reais) por indivíduo. Fique atento e faça a sua parte para garantir que esse fenômeno natural continue ocorrendo de forma saudável e sem maiores riscos à sobrevivência da espécie.



Por Giselle Vasconcelos - comunicação ICMBio Noronha






Fernando de Noronha - Noticias Imagem - Site Noronha
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